Na meia luz do picadeirodo nosso circo, antes que cheguem,os que serão nossa platéia,nossa penumbra interna pulsada sua própria intensidadepor sobre o chão de pó de serra.Que pensarão aqueles todosque vão chegar, portando angústia,da angústia vã dos nossos números?Nem saberão que nós sabemosque eles também morrem de angústia,que são convivas da miséria,do mesmo modo que nós somos.E que eles têm, como nós temos,a sua volta, um outro circo,de um toldo azul, de azul intenso.Na corda bamba, dançaremos,como um prodígio de equilíbrio,mas todos eles, que nos olham,na corda bamba também vivem.Se a nossa veste é a do palhaçotrazendo o riso a nosso circo,é bom lembrar que também elesque não se pintam da pinturaque em nossos rostos ostentamos,por muitas vezes são palhaçosno enorme circo em que pelejam.Em nosso sangue o pó de serrageme e soluça, e rasga a carne,se somos mímicos ou trágicos....Mas quanta vez eles são gesto,trágico gesto, se lhes calama voz, impondo-lhes silêncio.Nossa libré de domadorserá de um circo noutro Circo.
9 comentários:
Como? :\
Gingerbread Girl, é isso mesmo. Eu também só descobri agora...
Beijinhos
Com este calor? Se calhar vou deixar para amanhã... ou para o final do verão!!!
Sim, eu sabia desde ontem. Vou só ali ter um...
Roque, o calor se calhar até ajuda...
Beijinhos
Vera, muito bem, menina bem informada!
Beijinhos
Pois, o que interessa mesmo saber é quem os teve, como e com quem.
Desembuchem lá que tenho tempo para ouvir...
Careca, era disso que eu estava à espera, mas ninguém se acusou...
Beijinhos
Para variar chego sempre atrasado. O que vale é que neste caso é como o Natal, é quando uma mulher quiser. beijocas
Viajante, a mulher e o homem, que a dois é mais divertido. Beijinhos
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