Tenho uma colega que faz de tudo para evitar conduzir, embora tenha carta há uns 20 anos. Só pega no carro quando não pode deixar de o fazer, como para ir de casa para o trabalho e vice-versa. De resto, pendura-se sempre à boleia dos outros ou, quando não consegue, prefere ir a pé, se não for longe. Chega a dizer que não gosta de meter a marcha-atrás e, uma vez em que íamos na auto-estrada, nem sabia como meter a 5ª mudança, porque não estava habituada a usá-la. (Um pequeno parênteses para explicar que isto é verídico, não é invenção da minha fértil imaginação, eu estava lá e vi. Podem continuar a rir.) Logicamente, mesmo na auto-estrada só anda pela faixa da direita, para ultrapassar outro carro demora meia hora a pensar se faz, como faz, quando faz e, finalmente, desiste porque já não vale a pena, afinal saímos já ali na próxima. Mesmo a conduzir a direito, o pé está sempre no travão, a carregar a fundo no pedal, não vá o da frente parar e ela não ter tempo. As rotundas, como facilmente se imagina, são todas contornadas por fora, independentemente do tamanho e da saída que queira tomar. Num estacionamento coberto, dá voltas e voltas até encontrar um lugar que não esteja entre dois carros, porque já não consegue estacionar - e nem pensar em estacionar de traseira! Além do mais, tem uma atracção especial pelas colunas dos parques de estacionamento e há umas quantas onde já deixou a sua marca. Conduzir em Lisboa está fora de questão, que aquilo é tudo gente doida e sem civismo nenhum e só apitam por tudo e por nada e ela enerva-se e aí é que o caldo entorna de vez.
Pois bem, foi com esta colega que eu fui hoje almoçar. Ao contrário do habitual, não fomos no meu carro, mas no dela. A viagem dura, no máximo e parando no semáforo, cinco minutos. Foi o tempo suficiente para eu decidir que regressava a pé.
Há 18 horas
2 comentários:
Tulipa, não me lembro de ter ido almoçar contigo ;)
Manuela, essa memória está muito má! ;)
Beijinhos
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