16 de julho de 2010

Ser ou não estar, eis a questão

Explicar a um estrangeiro a diferença entre ser e estar é uma tarefa quase impossível. No mínimo, é difícil. Isto porque essa diferença não existe na maioria das línguas europeias (das que eu conheço, pelo menos, que eu não falo do que não sei, portanto não me perguntem se em letão, checo, húngaro ou outra do género também é assim que eu não vos sei responder - mas posso tentar informar-me, se estiverem mesmo muito interessados. Não? Óptimo.). Esta situação pode complicar a vida a um estrangeiro que se esforce por falar português - e cada vez são mais, acreditem, vá-se lá saber porquê. Só mesmo um povo complicadinho como o português para se lembrar de distinguir entre um estado permanente e um estado passageiro, mas o que se vai fazer?

Ora bem, depois da cena que o meu chefe fez aqui logo pela manhã, posso dizer com toda a certeza: eu estou parva; o meu chefe é.

11 comentários:

A Loira disse...

Afinal as complicações da nossa língua servem para alguma coisa. Gostei do exemplo.

Tulipa Negra disse...

Vera, o exemplo, infelizmente, é uma constatação... :)
Beijinhos

cai de costas disse...

Esse é bom, de facto, mas há mais exemplos possíveis.

Tulipa Negra disse...

cai de costas, exemplos não faltam, mas este é flagrante. E conhecendo a peça então...
Beijinhos

Rafeiro Perfumado disse...

E o teu chefe é letão?

Tulipa Negra disse...

Rafeiro, não é letão mas fala polaco. Porquê, estás interessado? Eu dou-to de boa vontade!
Beijinhos

kawamura disse...

Brilhante! A língua portuguesa é realmente um poço de nuances, detalhes e curiosidades...

Unknown disse...

Viste como é importante a diferença entre ser e estar :)

Tulipa Negra disse...

Kawamura, é mesmo. E esta é uma das minha preferidas.
Beijinhos


Tulipa, claro que é importante. Os estrangeiros é que não sabem o que perdem por não terem esta diferença.
Beijinhos

Vício disse...

é quase como a diferença entre tu e você


O Director Geral de um Banco, estava preocupado com um jovem e brilhante Director que, depois de ter trabalhado durante algum tempo com ele sem parar nem para almoçar, começou a ausentar-se ao meio-dia. Então, o Director Geral do Banco chamou um detective e disse-lhe:

- Siga o Director Lopes durante uma semana, durante o horário de almoço.

O detective, após cumprir o que lhe havia sido pedido, voltou e informou:

- O Director Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes cubanos e regressa ao trabalho. - Responde o Director Geral:

- Ah, bom, antes assim. Não há nada de mal nisso.

Logo em seguida o detective pergunta:

- Desculpe. Posso trata-lo por tu?

- Sim, claro! - respondeu o Director surpreendido!

- Bom então vou repetir: O Director Lopes sai normalmente ao meio-dia, pega o teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes cubanos e regressa ao trabalho.

Tulipa Negra disse...

Vício, LOL
Nem mais! Essa é outra de que gosto muito. Agora tenta explicar isso a um estrangeiro, de preferência de língua materna inglesa...
Beijinhos