29 de junho de 2010

Preferia sofrer de amnésia

Reencontro com amigos de longa data que não via desde o século passado. Grande festa, claro, há tanto tempo, que bom! Mesmo, mesmo muito bom, voltar a falar com pessoas com quem partilhei tanto, como se tivessem passado apenas dois dias desde que nos despedimos a última vez. São estes os verdadeiros amigos, diria, aqueles com quem falamos como se nunca nos tivéssemos separado.
Só que de repente, uma palavra, um gesto, uma expressão facial, qualquer coisa insignificante, faz-me lembrar o motivo pelo qual nunca mais nos tínhamos visto e o ambiente torna-se constrangedor. Ninguém fala disso, mudamos de assunto, mas o certo é que nos zangámos e tivemos atitudes de que nos arrependemos. Era tão importante, naquela altura. E agora, ainda será? Talvez não, mas é impossível não recordar o que senti, o que dissemos, a forma como nos afastámos para nunca mais nos vermos. Fingimos que não se passou nada e tentamos voltar a ser amigos como antes, mas a verdade é que no fundo, bem lá no fundo, eu sei que também vocês se lembram de tudo, bem podem negar! E receio que a qualquer momento…

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