12 de dezembro de 2010

Momentos da minha vida

Penso e repenso e torno a pensar sem conseguir decidir. Procuro um acontecimento, um momento único de tal forma especial que me inspire. Impossível. Vendo bem, realisticamente falando, o momento mais importante da minha vida foi o meu nascimento. Sem esse acontecimento, nada mais se teria passado, a minha vida não seria minha, eu não existiria. Portanto, dita a lógica que eu fale desse dia. O único problema é que não me lembro de nada, sei apenas o que me foram contando ao longo dos anos: que me recusei a nascer no dia previsto, que fiquei a preguiçar no ventre da minha mãe durante mais duas semanas (devia estar mais quentinho, digo eu, já que era Outono), que fiz de tudo para nascer no dia de anos da minha mãe e, assim, estragar-lhe o dia - ou a noite, que eu nasci de madrugada - e que o meu pai foi o único que estava em condições de festejar. O meu pai, aliás, agradeceu a feliz coincidência, já que para datas tem memória de peixinho de aquário e, assim, nunca mais se esqueceu do dia de anos da minha mãe. Como se vê, eu tinha tudo controlado mesmo antes de nascer.

Objectos, pessoas, sítios e acontecimentos, Fábrica de Letras

14 comentários:

Mayara Floss disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mayara Floss disse...

Gracioso!

www.entre-primos.blogspot.com

Tulipa Negra disse...

Primos, obrigada. :)

Handsomed.74 disse...

:)

Tulipa Negra disse...

João, é tudo verdade! :)
Beijinhos

Vaca Malhada disse...

Olá Tulipa,

Antes de mais deixe-me elogiar o seu nome. É muito bonito. Já o apelido não me entusiasma tanto. Até porque, pelo que li aqui, a menina tem uma alma muito colorida.

Em segundo lugar, quero gabar-lhe o título do blog. Muito embora o leit motiv tenha sido o Pessoa, não posso deixar de o associar ao Obélix, que tanto "ferpeitamente" proferiu, no álbum Astérix e os Bretões, se a memória num me falha.

Quanto ao Rodolfo, ele era de facto alcoólico, e é lamentável que o pai natal só o tenha chamado para se servir dele como lanterna. Isso não se faz, nem a uma rena.

Quanto ao dia mais importante da tua vida, e se me é permitido opinar, é sempre o dia em que estás. E cada dia seguinte tem assim mais importância que o interior.

O dia do teu nascimento, servindo-me do Sérgio Godinho, foi apenas o 1º dia do resto da tua vida.

Muuuu pra si querida

Vaca Malhada disse...

* que o anterior e não interior

olhe, desculpe-me o erro e fique com outro muuu

Tulipa Negra disse...

Vaca malhada, muito obrigada! Quanto ao nome do blog, devo dizer que foi uma inspiração mista entre Pessoa e Obéllix, precisamente - improvável, mas verdade!

Já o Rodolfo, pobrezinho, uma vítima do álcool e da escravidão a que o Pai Natal o submeteu...

Concordo com o facto de o dia mais importante ser sempre aquele em que estamos - quanto mais não seja por significar que ainda estamos vivos. Escolhi falar do dia em que nasci pelo simples motivo de que, se não tivesse nascido, não teria vivido todos os outros dias.

Beijinhos

Anónimo disse...

...Irra, lixaste logo o dia à tua mãe...
...francamente...

LOL

:)

Tulipa Negra disse...

Ulisses, lixei temporariamente! Afinal, fui a melhor prenda que ela podia ter recebido... :) (estou modesta, hoje)
Beijinhos

Rafeiro Perfumado disse...

Eu se fosse à tua mãe tinha mentido e dito que tinhas nascido um dia antes ou um dia depois. É que assim nunca mais teve atenção especial no dia do aniversário, ia tudo para a filhota, verdade?

Beijoca mesmo muito grande!

Tulipa Negra disse...

Rafeiro, é verdade, sim. Mas a filhota também nunca teve um dia de aniversário só dela, como as pessoas "normais". E se agora isso não incomoda mesmo nada, muito pelo contrário, na idade parva da adolescência não era bem assim... :)

Beijinhos (e podem ser grandes se estivermos a falar daquelas bolachas com suspiro colado em cima!)

Johnny disse...

Pensando bem, é o dia mais importante de toda a gente.

Tulipa Negra disse...

Johnny, eu também acho. Sem esse primeiro dia, não existem os outros.
Beijinhos