é tarde meu amorestou longe de ti com o tempo, diluíste-te nas veias das marés, na saliva de meu corpo sofridoagora, tuas máquinas trituraram-me, cospem-me, interrompem o sonohabito longe, no coração vivo das areias, no cuspo límpido dos corais...a solidão tem dias mais cruéistentei ser teu, amar-te e amar o falso ouro...quis ser grande e morrer contigoenfeitar-me com as tuas luas brancas, pratear a voz em tuas águas de seda...cantar-te os gestos com ternuramas nãoáguas, águas inquinadas pulsando dentro do meu corpo, como um peixe ferido, loucoem mim a lama... e o visco inocente dos teus náufragos sem nome-de-rua, nem estátua-de-jardim-públicoaceito o desafio do teu desdémna boca ficou-me um gosto a salmoura e destruiçãoapenas possuo o corpo magoado destas poucas palavras tristes que te cantamin Livro Quarto - Trabalhos do olhar
8 comentários:
pois... ainda bem que eu ainda faço parte da série biológica (isto de viver na distante província....)
Imperator, eu cresci na cidade mas também ainda fui muito biológica, pelo menos em comparação com os dias de hoje.
Beijinhos
um dia ainda vamos ver casais a terem crianças virtuais!
Vício, nunca deves ter jogado Sims, caso contrário sabias que já há casais virtuais a ter crianças virtuais. :)
e nem nunca joguei Nãos :D
Olha, Vício, esse eu também não... :D
muito muito fixe :)
João, eu adoro esta banda-desenhada. Tem cenas geniais, como esta. :)
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