Há dias assim, em que por mais que tente não consigo concentrar-me. Voltar ao local do crime não é fácil, não percebo por que os criminosos insistem em fazê-lo, se acabam sempre por ser apanhados por isso mesmo. Mas eu não tive escolha, tive mesmo de voltar ao local de sempre, ver as pessoas de sempre, ouvir as conversas de sempre, os assuntos de sempre, o trabalho de sempre… Só a concentração e a vontade não são as de sempre. Porque há frases, situações, assuntos que não me saem da cabeça, porque basta olhar em volta e ouvir as conversas. Eu tento. Tenho os papéis na secretária à minha frente, tenho o ecrã do computador ligado, tenho o rádio sintonizado na estação de sempre e já conheço até a sequência das músicas que tocam. Mas olho para os papéis e o que vejo é uma sequência ininteligível de letras, olho para o ecrã e não consigo perceber onde tenho de carregar para avançar, oiço o rádio e nada do que dizem faz sentido. Porque o meu corpo está aqui, mas a minha alma não.
Há 5 horas
4 comentários:
beijo amiga.
Obrigada, João.
Oh, jasusa, isso não vai nada bem... Courage et bisoux...
Kawamura, há-de passar, como sempre. :)
Beijinhos
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