Ferpeito

14 de setembro de 2010

Don't forget to breathe!

11 comentários:

Malena disse...: And to keep your eyes wide open! :); 14/09/10, 23:09
Tulipa Negra disse...: Malena, também! :); 15/09/10, 09:03
Anónimo disse...: Por acaso já viste um show de Stand Up do Robin Williams, da HBO, em que ele fala precisamente, de uns produtos medicinais que andam plantados na california, que são de tal ordem que os Jamaicanos aconselham que ninguém fume aquilo, que tem por alcunha "California Catatonic" e que qundo se dá a primeira passa se fica tipo:
"Irra! Caneco! Granda cena... Péraí, tou-me a esquecer de qualquer coisa... mas o quê? Ah ya! respirar..."

:); 15/09/10, 11:01
Tulipa Negra disse...: Ulisses, nunca vi mas fiquei com vontade de ver! :)
Por acaso não sabes o nome disso, não? (do espectáculo!)
Beijinhos; 15/09/10, 11:28
Vício disse...: assim não vale! eu estava à espera que alguém se esquecesse e tu estragaste tudo...; 15/09/10, 12:54
Tulipa Negra disse...: Vício, admite: estavas mesmo a esquecer-te e este meu post salvou-te a vida! :D; 15/09/10, 13:18
.I. disse...: Isso é uma anedota para loiras?; 17/09/10, 14:04
Tulipa Negra disse...: .I. Não era, mas se fores uma loira e achares piada... :); 17/09/10, 14:46
viajanteintemporal@sapo.pt disse...: Gostei!
beijos; 19/09/10, 02:39
viajanteintemporal@sapo.pt disse...: Gostei!
beijos; 19/09/10, 02:39
Tulipa Negra disse...: Viajanteintemporal, acho que é sempre um bom conselho.
Beijinhos; 19/09/10, 08:41

Poema ao acaso

A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando
com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma
espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para
as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos
magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes
encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que
pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um
galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar,
cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de
cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem
diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a
olhar, para poder vê-las assim.

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