Ferpeito: Resolução de ano novo

2 de janeiro de 2011

Resolução de ano novo

9 comentários:

Inês disse...: Subscrevo na íntegra!!!
Bjs; 02/01/11, 12:39
Handsomed.74 disse...: pois...não sei...; 02/01/11, 14:50
Inês disse...: Oh João...então não tem lógica a frase?
Aprendemos sempre alguma coisa com os riscos que corremos.; 02/01/11, 15:01
Tulipa Negra disse...: Inês, sempre ouvi dizer que quem não arrisca não petisca! :D

João, perdão, D. João! Não sabes? Não me digas que estás pessimista logo no início do ano... ;); 02/01/11, 22:50
Vício disse...: ou não!
é preciso ter capacidade de wisar; 03/01/11, 12:06
Tulipa Negra disse...: Vício, pois é. Mas acho que aprendemos sempre alguma coisa com o que corre mal. Quanto mais não seja, aprendemos a não repetir o que fizemos.; 04/01/11, 10:35
Handsomed.74 disse...: se um dia arriscares tanto como eu, julgando q estas a ser mt wise e perderes tanto como eu perdi (a todos os níveis), dps diz qq coisinha!; 05/01/11, 00:17
Inês disse...: Oh João e não aprendeste??Aí que está a lógica!!!É com os erros que aprendemos.; 05/01/11, 00:19
Tulipa Negra disse...: João, é no sentido de aprender com os erros que se cometem, claro está. Aprendes pelo menos a não repetir!; 05/01/11, 22:19

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Poema ao acaso

Poema do alegre desespero

António Gedeão

Compreende-se que lá para o ano três mil e tal
ninguém se lembre de certo Fernão barbudo
que plantava couves em Oliveira do Hospital,

ou da minha virtuosa tia-avó Maria das Dores
que tirou um retrato toda vestida de veludo
sentada num canapé junto de um vaso com flores.

Compreende-se.

E até mesmo que já ninguém se lembre que houve três impérios no Egipto
o Alto Império, o Médio Império e o Baixo Império
com muitos faraós, todos a caminharem de lado e a fazerem tudo de perfil,
e o Estrabão, o Artaxerpes, e o Xenofonte, e o Heraclito,
e o desfiladeiro das Termópilas, e a mulher do Péricles, e a retirada dos dez mil,
e os reis de barbas encaracoladas que eram senhores de muitas terras,
que conquistavam o Lácio e perdiam o Épiro, e conquistavam o Épiro e perdiam o Lácio,

e passavam a vida inteira a fazer guerras,
e quando batiam com o pé no chão faziam tremer todo o palácio,
e o resto tudo por aí fora,
e a Guerra dos Cem Anos,
e a Invencível Armada,
e as campanhas de Napoleão,
e a bomba de hidrogénio.

Compreende-se.

Mais império menos império,
mais faraó menos faraó,
será tudo um vastíssimo cemitério,
cacos, cinzas e pó.

Compreende-se.
Lá para o ano três mil e tal.

E o nosso sofrimento para que serviu afinal?

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