Sim,tu tens essa vantagem...mas cheguei à conclusão que não me vou abster nem votar em branco,porque não quero dinheiro empatado numa segunda volta. Se isso acontecer não penso "se tivesse ido..."
Fazes muito bem, Inês. Se estivesse aí, também ia votar (embora nenhum deles me convença, mas isso é outra história). Mas como estou aqui... problema resolvido! :)
Sim, foi por mim que gritei. Declamei, Atirei frases em volta. Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz, A carvão, a sangue, a giz, Sátiras e epigramas nas paredes Que não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi Que nada me dariam do infinito que pedi, -Que ergui mais alto o meu grito E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas, Eis a razão das épi trági-cómicas empresas Que, sem rumo, Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...
O que buscava Era, como qualquer, ter o que desejava. Febres de Mais. ânsias de Altura e Abismo, Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
Que só por me ser vedado Sair deste meu ser formal e condenado, Erigi contra os céus o meu imenso Engano De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio! Nu a teus pés, abro o meu seio Procurei fugir de mim, Mas sei que sou meu exclusivo fim.
Sofro, assim, pelo que sou, Sofro por este chão que aos pés se me pegou, Sofro por não poder fugir. Sofro por ter prazer em me acusar e me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio, porque és minha criação! Deus, para mim, sou eu chegado à perfeição... Senhor dá-me o poder de estar calado, Quieto, maniatado, iluminado.
Se os gestos e as palavras que sonhei, Nunca os usei nem usarei, Se nada do que levo a efeito vale, Que eu me não mova! que eu não fale!
Ah! também sei que, trabalhando só por mim, Era por um de nós. E assim, Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade, Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior Do que a própria imensa dor De compreender como é egoísta A minha máxima conquista...
Senhor! que nunca mais meus versos ávidos e impuros Me rasguem! e meus lábios cerrarão como dois muros, E o meu Silêncio, como incenso, atingir-te-á, E sobre mim de novo descerá...
Sim, descerá da tua mão compadecida, Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida. E uma terra sem flor e uma pedra sem nome Saciarão a minha fome.
6 comentários:
Parece-me que já tenho a minha reflexão feita à muito tempo.
Também eu, Inês. Aliás, estar longe tem a vantagem de facilitar a decisão... :)
Sim,tu tens essa vantagem...mas cheguei à conclusão que não me vou abster nem votar em branco,porque não quero dinheiro empatado numa segunda volta.
Se isso acontecer não penso "se tivesse ido..."
Fazes muito bem, Inês. Se estivesse aí, também ia votar (embora nenhum deles me convença, mas isso é outra história). Mas como estou aqui... problema resolvido! :)
...adorava ver isto...
:)
Também eu, Ulisses! E bastava um mesito, nem era preciso mais...
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