***Spolier alert! ***
"The secret is how to die."
I'd say, the secret is how to create an interesting story...
Acabei finalmente de ler The Lost Symbol (ou o Código Da Vinci 3, como é conhecido cá por casa). Tinha lido as outras duas aventuras de Robert Langdon e confesso que tinha gostado. Não sendo obras-primas da literatura, cumprem aquilo a que se propõem: entreter o leitor, criar um mistério que o prende até às últimas linhas, cheio de reviravoltas inesperadas... Enfim, dentro do género em que se encaixam, considerei na altura que eram até bons livros. Lembro-me de ficar agarrada à história e de não conseguir pousar os livros enquanto não os terminei. As polémicas com o Vaticano foram, a meu ver, acessórios que em muito contribuíram para aumentar as vendas - assim uma espécie de estratégia de marketing bem montada.
Por tudo isto, esperava que este novo episódio fosse, pelo menos, tão interessante como os dois anteriores. Pois não é. A história até começa bem, o mistério está bem construído, mas rapidamente se torna tão maçador que a certa altura dei por mim a pensar se ainda faltaria muito para acabar. As soluções dos códigos que vão surgindo, e que nos outros livros eram dos aspectos mais intrigantes e engraçados de resolver, são em alguns casos de tal forma óbvias que não sei como Robert Langdon, supostamente especialista na coisa, demora quase vinte páginas para as perceber. Isto para já não falar de algumas soluções que o autor encontrou para outras situações. Refiro-me, por exemplo, à morte de uma personagem importante que mais tarde reaparece, assim uma espécie de Lázaro ressuscitado. A explicação até pode ter bases científicas, não faço ideia porque não me informei sobre isso, agora que é rebuscada, disso não tenho dúvidas.
Já não me lembrava de um livro do género policial/mistério que me aborrecesse tanto, ao ponto de ser quase um sacrifício terminar de o ler. Decepcionante, é o adjectivo que procurava. Espero que o filme seja mais interessante...
4 comentários:
Sabes, o primeiro livro dele que li foi precisamente o código Dá Vinci.
Depois li o Anjos e Demónios. depois, uma vez que não havia mais editados em Portugal, li o fortaleza digital e a conspiração nas versões originais...
...e o que é giro é que depois de ler os quatro fiquei com a sensação de ter lido sempre o mesmo livro.
Parece que o homem descobriu a formula no fortaleza digital. como não teve impacto repetiu a história com a conspiração juntando mais uns pós de teorias de conspiração. Depois, não tendo ainda tido o impacto que ele queria, resolveu meter-se com a igreja católica. o anjos e demónios está excelente, e é para mim o melhor livro dele. mas ainda assim, apesar de já ter todos os ingredientes, a mistura ainda não estava no ponto...
...e ele repetiu a receita aumentando a polémica. E resultou.
Li este ultimo na versão original, antes das traduções chegarem às livrarias.
É um livro para consumo americano e tão só isso. A história é previsivel, sobretudo para quem já leu os outros.
Nunca considerei o Dan Brown um grande escritor. Um escritor eficaz, sem duvida, mas não um grande escritor. Este livro apenas confirmou o que eu pensava...
:)
Ulisses, eu também li os outros 4, todos na versão original (prefiro, quando são línguas que percebo, não por não confiar nas traduções, mas porque prefiro ler a voz do autor). Concordo que são todos muito semelhantes, mudando os cenários e pouco mais. E também gostei mais do Anjos e Demónios!
Dan Brown não é, de facto, um grande escritor, mas dentro do género é bastante competente. Ou era... O que me irritou neste último foi o facto de ele não conseguir sequer manter o suspense, coisa que, apesar de tudo, nos outros ainda havia.
E a certa altura não tiveste a sensação de que o livro nunca mais acabava? Pareceu-me que menos umas 50 ou 100 páginas e ficava bem mais interessante!
Beijinhos
só gostei mesmo do Da vinci. O resto, é mesmo como dizem na tua casa, o Da vinci 2, o Da vinci 3, e por aí fora. A formula é sempre a mesma...
Nuance, é verdade. A fórmula repete-se, mas neste último nem sequer consegue ser suficientemente interessante, pelo menos na parte final.
Beijinhos
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