Habituei-me há muitos anos a ter a televisão ligada no Telejornal à hora do jantar - mau gosto, bem sei, que a maior parte das notícias tiram o apetite a qualquer um e eu nem sequer faço dieta, desse ponto de vista até poderia ser útil. Adiante. Mas na última semana, para poder ver o Telejornal, tenho de ligar o aparelho na RTP África, porque os outros canais generalistas e de notícias (entre outros) continuam de férias lá no satélite onde a minha parabólica se recusa a ir buscá-los. Pois bem, ontem, antes do Telejornal que dá em simultâneo com a RTP (a normal, a da Alameda das Linhas de Torres ou lá de onde transmitem agora aquela coisa), passava um noticiário de África. Fiquei a saber que agora em Cabo Verde é possível fazer consultas de cardiologia pediátrica e fetal por telemedicina com o Hospital Pediátrico de Coimbra. Óptima notícia, sem dúvida, porque evita deslocações, ganha-se em tempo, etc. (a notícia completa está aqui). A certa altura na reportagem, mostram uma dessas consultas a decorrer. Um médico em Coimbra, em frente a um monitor, observa o coração de uma criança de 6 anos e diz qualquer coisa como "esta menina tem aqui um canal XPTO (lenga-lenga científica que ninguém entende) que tem de ser laqueado". Tudo bem. E logo de seguida, com o ar mais natural do mundo: "Diz aí à mãe que está aí ao lado que isto é uma coisa sem importância nenhuma". Pois, deve ser. Para o médico. A mãe é que é capaz de não achar…
Se quiserem, podem ver o vídeo aqui, mais ou menos aos 15 minutos de emissão.
Há 16 horas
2 comentários:
Os médicos, às vezes, são tãããão sensíveis que até comovem!!! ;)
Malena, isto para eles é tão corriqueiro, que até se esquecem que para o doente e a família pode ser uma notícia avassaladora. Enfim, às vezes falta-lhe talvez um bocadinho de sensibilidade.
Beijinhos
Enviar um comentário