Ferpeito: Mais rápida que a própria sombra

4 de setembro de 2010

Mais rápida que a própria sombra

9 comentários:

The Real Special One disse...: E onde está o Rantanplan?; 04/09/10, 12:20
Kawamura disse...: E o que é que estavas a fazer na praia tão vestida? Uma ultima voltita antes de ir para o aeroporto?...; 04/09/10, 12:27
Tulipa Negra disse...: Real Special One, o Rantanplan foi andando à frente com o Jolly Jumper. :)
Beijinhos

Kawamura, também não estava assim tão vestida. Eram só uns calções e o biquíni...
Beijinhos; 04/09/10, 17:36
Handsomed.74 disse...: E o chapéu à cowboy -com palhinha ou cigarro mesmo no canto da boca? :)(ou sem nada)-!!!!!!!!!
(e ou me engano ou era cedo qd a foto foi tirada, por isso não podia estar de abalada!); 04/09/10, 21:39
Tulipa Negra disse...: João, o chapéu está lá, o cigarro ou a palhinha é que não. Era de manhã cedo, sim, quando gosto de passear na praia.
Beijinhos; 04/09/10, 23:13
Malena disse...: Até me pareceu ver o revólver a fumegar depois do disparo! ;); 04/09/10, 23:31
Tulipa Negra disse...: Malena, teve der ser, os Dalton iam a fugir! :); 04/09/10, 23:47
Turista disse...: Tulipa, muito bem tirada, esta tua foto :); 05/09/10, 02:19
Tulipa Negra disse...: Manuela, obrigada. Foi uma brincadeira, mas acho que até ficou engraçada. :)
Beijinhos; 05/09/10, 09:27

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Poema ao acaso

Tríptico

Herberto Helder

Não sei como dizer-te que minha voz te procurae a atenção começa a florir, quando sucede a noiteesplêndida e vasta.Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsosse enchem de um brilho preciosoe estremeces como um pensamento chegado. Quando,iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocadopelo pressentir de um tempo distante,e na terra crescida os homens entoam a vindima— eu não sei como dizer-te que cem ideias,dentro de mim, te procuram.Quando as folhas da melancolia arrefecem com astrosao lado do espaçoe o coração é uma semente inventadaem seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,tu arrebatas os caminhos da minha solidãocomo se toda a casa ardesse pousada na noite.— E então não sei o que dizerjunto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.Quando as crianças acordam nas luas espantadasque às vezes se despenham no meio do tempo— não sei como dizer-te que a pureza,dentro de mim, te procura.Durante a primavera inteira aprendoos trevos, a água sobrenatural, o leve e abstractocorrer do espaço —e penso que vou dizer algo cheio de razão,mas quando a sombra cai da curva sôfregados meus lábios, sinto que me faltamum girassol, uma pedra, uma ave — qualquercoisa extraordinária.Porque não sei como dizer-te sem milagresque dentro de mim é o sol, o fruto,a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,o amor,que te procuram.excerto do poema «Tríptico», publicado em A Colher na Boca, 1961

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