Se não fosse esta certeza que nem sei de onde me vem, não comia, nem bebia, nem falava com ninguém. Acocorava-me a um canto, no mais escuro que houvesse, punha os joelhos á boca e viesse o que viesse. Não fossem os olhos grandes do ingénuo adolescente, a chuva das penas brancas a cair impertinente, aquele incógnito rosto, pintado em tons de aguarela, que sonha no frio encosto da vidraça da janela, não fosse a imensa piedade dos homens que não cresceram, que ouviram, viram, ouviram, viram, e não perceberam, essas máscaras selectas, antologia do espanto, flores sem caule, flutuando no pranto do desencanto, se não fosse a fome e a sede dessa humanidade exangue, roía as unhas e os dedos até os fazer em sangue.
6 comentários:
O meu dia hoje também foi muito trabalhoso, fartei me de converter coisas. Reciclagem minha cara. Do velho faço novo. Divirto me e sou util ;)
Lou Alma, e com estes tempos de crise, o melhor é mesmo pegar no velho e dar-lhe uma nova cara! :)
Beijinhos
O meu dia foi melhor, transformei palavras soltas e desarrumadas em poesia!
Grande abraço renovado!
JoeFather, que bom! Mas também sabe bem não fazer nada de vez em quando.
Beijinhos
Respirar também pode ser uma coisa muito esforçada!!! :P
Malena, pois pode! Quando está muito frio ou muito calor, por exemplo. Até dói! :)
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