Em tempos trabalhei numa empresa onde aconteciam as situações mais incríveis que se possam imaginar. (Um parênteses para explicar que, na verdade, foram duas empresas, sendo que a primeira faliu tendo sido comprada pela segunda, mas as personagens e as situações mirabolantes mantiveram-se.) Alguns desses acontecimentos, contados, será difícil de acreditar, mas o certo é que foram verdade e aconteceram mesmo. E tudo porque as pessoas que lá trabalhavam, começando no patrão, passando pelo Director-Geral e acabando na secretária, pareciam tiradas de um filme do Tim Burton, escolhidas a dedo, cada qual com uma mania diferente, mas todas, sem excepção, digamos assim, doidas (sem ofensa para os doidos de papel passado, claro).
Certo dia, visitou-nos um colega de uma outra empresa que pertencia ao mesmo grupo. Eu, que já o conhecia, vim recebê-lo à área da recepção (trabalhávamos num espaço aberto, portanto as várias zonas não estavam fisicamente delimitadas). Estava a fazer aquela converseta de circunstância que se impõe, quando aparece o Director-Geral, relativamente novo na empresa, com o seu ar aluado de quem não sabe muito bem a quantas anda mas se acha o maior lá da rua dele e protagonista desta história (e de outras que, a seu tempo, contarei). Ora mandam as regras da boa-educação que os apresentasse, e assim fiz:
- Sr. Director, conhece Fulano de Tal? É nosso colega da empresa XPTO e…
- Não, ainda não nos conhecemos. É director de quê?
…
Há 51 minutos
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