31 de maio de 2010

Inacreditável

Aqui neste canto onde me encontro existe uma rádio portuguesa - o número de tugas e seus descendentes justifica essa existência e, verdade seja dita, não é má de todo. Lembra um bocadinho as rádios locais em Portugal, não é propriamente uma Rádio Comercial, Antena 3 ou outra do género, mas esforça-se por divulgar a cultura e as notícias lusas, e fá-lo com alguma qualidade (se exceptuarmos a hora de almoço de domingo e o programa de discos pedidos ao fim do dia onde passam exclusivamente pimbalhada do melhor gabarito).
Ora bem, esta tarde uma locutora da dita rádio entrevistava uma jovem luso-descendente que trabalha como dietista. A jovem, que sempre estudou numa língua que não o português, mostrava por vezes algumas dificuldades em expressar-se, o que é até compreensível, visto que só fala a língua em casa, com os pais. Ainda assim, desenrascava-se bastante bem. Já a locutora passa o dia a falar português, não sei se em casa, mas pelo menos no trabalho - eu sei, porque a oiço com frequência. Portanto, não há desculpas para não saber o que diz.
A certa altura, a entrevistada falava dos benefícios do azeite na alimentação:
- É a dieta medit..., medi...
- Mediterraneana - interrompeu, convicta e peremptória, a locutora.
...

Ansiedade

Há vários momentos na vida que são decisivos. Por vezes só nos apercebemos disso mais tarde, quando já passou algum tempo. Outras vezes sabemos antecipadamente que determinado acontecimento vai ser crucial para o nosso futuro. Com sorte, hoje é um desses dias.

30 de maio de 2010

Rock in Rio

Depois do dia infantil, hoje é o dia metalúrgico.

Naturalmente...

... belo e majestoso. Sem artifícios nem fingimentos. Se ao menos as pessoas conseguissem ser assim...


Manhã de domingo

Gosto das manhãs de domingo, quando o mundo inteiro ainda dorme. Não há barulho, não se ouvem vozes, nem carros a passar na rua, nem telefones a tocar. O tempo corre devagarinho. Ninguém me incomoda, estou só com os meus pensamentos. Olho pela janela e vejo o dia, pouco a pouco, despertar. Neste momento tudo parece possível. Tudo pode acontecer.

28 de maio de 2010

Leituras e literatura

Tendo feito um curso de letras, fui obrigada a ler muitas obras consideradas clássicos da literatura. No caso, tratou-se essencialmente de textos em inglês e em francês. Algumas das coisas que li eram interessantes, cativaram-me e levaram-me a procurar posteriormente, por gosto e já não por obrigação, outras obras dos mesmos autores. Infelizmente, estes casos foram poucos. Na sua maioria, os considerados clássicos são, na verdade, uma grande estopada. Ainda assim, resistente como sou, consegui ler tudo o que me puseram à frente. Tudo? Bem, na realidade, não... Ainda aguentei Balzac e Flaubert, mais uns quantos americanos de cujo nome não me recordo (tão boa impressão deixaram), mas Oscar Wilde só houve um, Shakespeare também (quer dizer, deste ninguém sabe ao certo, mas avancemos com a teoria de que o homem de facto existiu e era mesmo só uma pessoa por ser mais fácil), dos contemporâneos, por sinal muito maltratados nestes cursos, ficaram David Lodge e Rose Tremain, além de Sartre e Daniel Pennac nos franceses. E pronto.
Mas quando me deram Proust e o seu Em Busca do Tempo Perdido para ler... foi a desgraça completa! De facto, o título assenta muito bem na obra, composta por nem sei já quantos volumes dos quais eu apenas deveria ter lido o primeiro. É mesmo de perda de tempo que se trata! Sei que comecei a ler o livro, como sempre na expectativa do que dali sairia, e a pouco e pouco o interesse foi-se esfumando. No fim da primeira página já não sabia se o protagonista estava acordado, a dormir, a sonhar, a delirar... Eu, sem dúvida, estava a adormecer. E pensar que tudo aquilo era por causa de uma madalena (o bolo)! Se ainda fosse por um belo bolo de chocolate, cheio de creme... Sei que consegui ler 4 páginas. Quatro. Nem mais uma. Sei que, entre os meus colegas, houve alguém que leu 40 - foi um recorde absoluto!
Anos mais tarde, num dia em que me dedicava a arrumar os livros em casa, encontrei novamente Proust. Pensando que talvez o problema tivesse sido da idade, que aos 20 anos não tivesse paciência para coisas assim, sérias, arranjei coragem e peguei-lhe novamente. Em vão. Voltei a não passar da página 4. É frustrante pensar que de tantos livros que tenho este foi, até agora, o único que não consegui mesmo ler. Infelizmente, acho que lhe encontrei um companheiro no último de António Lobo Antunes (Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar?). Reconheço que o senhor até escreve bem, mas para deprimente já basta a vida!

27 de maio de 2010

Quem me leva os meus fantasmas?

Na minha vida mando eu!

A sociedade espera que sigamos um determinado caminho, ter um emprego, casar, ter filhos. E quando demoramos a cumprir todas as etapas, temos de aturar as críticas em tom de perguntinha de quem se interessa muito pelo nosso bem-estar.
Primeiro, é porque não temos namorado - coisa que não passa pela cabeça de ninguém! Uma rapariga nova, tão jeitosa, e sozinha? Deve ter cá um feitiozinho... (Por acaso, a parte do feitio é verdade.) Claro que se tivermos namorado e, pasme-se!, tivermos o desplante de o trocar por outro somos, obviamente, umas ***.
Depois, durante a fase de namoro, é a pergunta da praxe: então, quando é que casam? Vão casar, não vão? Não andam só aí a passar o tempo, com certeza... Ah, ele é que é um malandro, anda a enganá-la, àquele ninguém o prende! (Nem se supõe que seja ela que não quer, imagine-se uma coisa dessas!) OK, até casamos. Ficam felizes? Por pouco tempo...
Ao fim de mais ou menos um ano de casamento, começam as outras perguntas: então e filhos, não têm? Quando estão a pensar tê-los? Não me digam que não querem! (Que disparate! Haverá alguém que possa não querer?!) E quanto mais tempo passa, mais frequentes começam a ser estas perguntas. Família, amigos, conhecidos, gente que acaba de nos ser apresentada e não faz a mínima ideia de quem somos, de onde vimos ou para onde vamos desata a questionar toda a nossa filosofia de vida e a dar palpites, como se fossem os nossos melhores amigos: aproveitem agora para viajar, porque depois os filhos são uma prisão. (Então não era para ter filhos? Afinal, decidam-se!) A certa altura, começamos a cortar relações com pessoas que até nos são queridas, sem qualquer motivo que não seja o de já não conseguir ouvir a mesma pergunta repetida ad infinitum.
Portanto, já sabem: se não têm notícias minhas há um tempo, é porque me fartei de ter de fazer cara alegre enquanto respondo às vossas perguntas idiotas.

Passeio de domingo



26 de maio de 2010

S. Pedro, filho, vê lá se atinas!

Vamos lá ver uma coisa: estamos em Maio. No fim de Maio. A primavera, oficialmente, já começou há 2 meses. Dois meses, assim por extenso a ver se me entendes melhor. Daqui a menos de um mês começa o verão. Nesta altura, já por outras paragens se aproveita a praia e o sol e as esplanadas e a roupinha fresca e…

Então por que carga de água é que neste buraco no meio da Europa continua a chover torrencialmente, está frio e o inverno dura quase há 9 meses? A que propósito é que ontem estavam 26ºC e hoje estão 15ºC? Onde é que enfiaste o sol?

Se continuas assim armado em puto birrento, a gente zanga-se!

Se não tivesse visto, não acreditava

Mais uma história incrível da empresa onde trabalhei, neste caso a que viria a falir, com o patrão como protagonista.

Nos últimos tempos de vida da empresa, o clima de ansiedade e de revolta entre os funcionários era evidente - e justificado, também. A partir do dia 24 de cada mês o patrão desaparecia, para apenas voltar a ser visto depois do dia 4 do mês seguinte. Comunicava com o pessoal através de recados deixados nas respectivas secretárias durante a noite, a que cada um respondia com outro recado colocado na secretária do patrão durante o dia. Tudo isto porque ele, que nunca gostara de pagar os ordenados, agora não tinha sequer dinheiro para o fazer e o seu orgulho de macho latino, pois assim se considerava e comportava, não lhe permitia admitir tal situação perante os funcionários.
Ora calhou que em certo mês o patrão, que já nem cheques tinha, tivesse conseguido juntar uns trocos para pagar ao pessoal, tarde e a más horas, mas sempre era melhor que nada. E aí entrou ele na sala de trabalho (um espaço aberto sem divisórias físicas), todo pimpão, inchado que nem um peru como se fosse o maior feito da humanidade pagar ordenados a quem trabalhou um mês inteiro no duro, fazendo até horas extraordinárias, sem reclamar nem ser compensado por isso. Trazia na mão um envelope recheado, viemos depois a perceber que de notas (ainda de escudos), e falava e ria como há muito ninguém o via fazer.
Já diz o povo que quando a esmola é muita o pobre desconfia, pelo que na sala onde trabalhávamos o ambiente ficou bem pesado, fez-se um silêncio sepulcral, trocámos olhares desconfiados, franzimos as testas e sentámo-nos, à espera da bomba que iria certamente rebentar.
Qual não foi o espanto geral quando, inesperadamente, o patrão começou a dar a volta pelos vários lugares e, tirando notas de dentro do envelope, ia pagando o ordenado a cada um. Parecia inacreditável e, se algum de nós tivesse um aparelhómetro daqueles que permitem detectar notas falsas, certamente tê-lo-ia utilizado. Mas não era preciso, era mesmo verdade. Até que chegou a vez dos últimos, cujas secretárias ficavam do lado contrário àquele por onde o patrão tinha iniciado o seu périplo. Sorridente, tirou as últimas notas do envelope, pagou a mais um funcionário e deu por terminada a sua função. Voltou costas e... deu de caras com alguém que ainda não tinha recebido. Sem perder tempo, sem pestanejar, sem sequer se atrapalhar, dirigiu-se ao último funcionário a quem tinha pago (e que ainda estava a contar as notas, não fosse haver enganos) e disse, alto e em bom som:
- R., empresta aí cem contos para pagar ao S.
...

25 de maio de 2010

Dia do vizinho

Descobri há uns minutos que hoje se comemora o dia do vizinho e veio-me logo à ideia o meu vizinho do lado, trabalhador da construção civil, barrigudo de fazer inveja a qualquer agente da GNR, que um dia me abriu a porta do elevador em boxers e camisola interior de alças.

Frágil, mas resistente

Já me lixaram o dia

Bolas, será assim tão difícil explicar as coisas à primeira? Por que raio é que não me dizem logo o que é para fazer? Mas será preciso andarmos sempre nisto até à última? Agora é preciso ligar para aqui, depois é mandar o fax para ali, mas não se preocupe que nós é que tratamos de tudo e informamos. OK, fico descansada, à espera que tratem de tudo. Até que a data limite se aproxima, começo a desconfiar que afinal, se calhar, não está nada tratado, e pergunto: afinal, trataram? Ah, pois, não, isso é a senhora que tem de fazer, nós não nos ocupamos desses assuntos.
P**a que pariu! Não sabiam ter dito logo?!?

Flower Blog III








Definitivamente, perdidos!

***Spoiler alert! Se ainda não viram o final de Lost, não leiam!***


Parece-me que a série Lost acabou como começou: uma enorme confusão, sem qualquer explicação para todos os acontecimentos estranhos que nos foram apresentados durante 6 temporadas. É tempo demais a seguir uma história para chegar ao fim e não perceber nada. E a solução do “estavam todos mortos” é uma grandessíssima treta! Isso dizia toda a gente desde o primeiro episódio. Qual é a novidade, onde está a inovação? Numa série que nos surpreendeu em (quase) todos os episódios, o final soube a pouco. O título não poderia ser mais apropriado: perdidos, sem dúvida, ficaram os espectadores…

22 de maio de 2010

Fecho os olhos e vejo

Fecho os olhos e vejo-te sorrir. Vejo o brilho dos teus olhos. Sinto o teu cheiro, o teu perfume na minha pele, o calor do teu corpo junto ao meu. Os teus lábios que se aproximam dos meus, lentamente, vagarosamente, em câmara lenta. Um beijo húmido, ardente. Tremo de prazer, de te sentir perto de mim. Os teus braços envolvem-me num abraço forte, protector e terno. Eterno. Fecho os olhos e vejo o amor.

21 de maio de 2010

O novo Robin dos Bosques


É o Gladiador passado em Inglaterra no século XIII.
Ainda assim, não sendo a história tradicional do Robin dos Bosques, gostei.

E um chazinho quando era pequenino, não?

Em tempos trabalhei numa empresa onde aconteciam as situações mais incríveis que se possam imaginar. (Um parênteses para explicar que, na verdade, foram duas empresas, sendo que a primeira faliu tendo sido comprada pela segunda, mas as personagens e as situações mirabolantes mantiveram-se.) Alguns desses acontecimentos, contados, será difícil de acreditar, mas o certo é que foram verdade e aconteceram mesmo. E tudo porque as pessoas que lá trabalhavam, começando no patrão, passando pelo Director-Geral e acabando na secretária, pareciam tiradas de um filme do Tim Burton, escolhidas a dedo, cada qual com uma mania diferente, mas todas, sem excepção, digamos assim, doidas (sem ofensa para os doidos de papel passado, claro).
Certo dia, visitou-nos um colega de uma outra empresa que pertencia ao mesmo grupo. Eu, que já o conhecia, vim recebê-lo à área da recepção (trabalhávamos num espaço aberto, portanto as várias zonas não estavam fisicamente delimitadas). Estava a fazer aquela converseta de circunstância que se impõe, quando aparece o Director-Geral, relativamente novo na empresa, com o seu ar aluado de quem não sabe muito bem a quantas anda mas se acha o maior lá da rua dele e protagonista desta história (e de outras que, a seu tempo, contarei). Ora mandam as regras da boa-educação que os apresentasse, e assim fiz:
- Sr. Director, conhece Fulano de Tal? É nosso colega da empresa XPTO e…
- Não, ainda não nos conhecemos. É director de quê?

Acabadinho de ouvir

- Bem, tenho de ir ver onde anda a nuvem.

20 de maio de 2010

Eu ainda sou do tempo em que na escola se aprendia a escrever

É mais forte do que eu. Por mais que tente, não consigo. Até me esforço, às vezes, quando acho que o conteúdo pode valer o esforço, mas acabo sempre por desistir. Falo de ler textos mal escritos, com abundância de erros ortográficos (ou outros, mas estes perturbam-me de uma forma especial). Acontece com frequência andar a navegar na Internet, a ler opiniões, comentários, blogues pessoais e até - mais grave! - notícias em jornais e deparar-me com disparates que nunca passariam pelo crivo da D. Maria Amélia Castro, minha muito ilustre e excelente professora da instrução primária.
Aberrações como "permaneçe", "comes-te" (deve ser canibal, com certeza), a ignorância ao utilizar "à" ou "há". Sobre os acentos, então, dava para escrever um livro: omitidos, colocados em palavras onde não deviam, o acento grave trocado com o agudo, simplesmente errados. Depois há quem não distinga "folhear" de "desfolhar", quem diga "eu sou suposto", os homens que dizem "obrigada" e as mulheres que respondem "obrigado" (não saberão a que sexo pertencem, terão alguma questão existencial mal resolvida?). Isto para já não falar da moda da escrita SMS (acho que é assim que se chama) em que, a bem da rapidez e da economia de letras, se escrevem coisas como “kero” e “kom” (esta não entendo, sinceramente: o que é que se ganha em usar “k” em vez de “c”?).
São coisinhas pequeninas, dirão, piquinhices. Talvez, mas complicam-me com os nervos de uma forma que só eu sei! Começo a sentir uma coisinha má a crescer cá dentro, uns calores a subirem-me do estômago, o coração a acelerar de raiva e, antes de explodir, deixo de ler e passo à frente. Estes pequenos pormenores ferem-me a vista, fazem-me mal, sinto um murro no estômago quando estou a ler um texto que até acho interessante, escrito por alguém que até parece saber do que fala, e de repente lá vem o “tivesse” em vez de “estivesse” – raios vos partam, são dois verbos diferentes, caramba!
É que se já se esqueceram do que aprenderam na escola - se é que a fizeram, ou se calhar já passaram por lá depois de todas as reformas dos últimos anos e estas coisas já não se ensinam, sei lá eu! - a tecnologia hoje em dia está aí para vos ajudar: qualquer processador de texto tem um corrector ortográfico que, por muito básico que seja, detecta pelo menos estes erros mais gritantes. Façam um favor a vós próprios e a quem vos lê: usem-no!
Já que querem escrever, ao menos façam-no correctamente.

19 de maio de 2010

Em dia não

Há dias em que acordo sem coragem para nada. Arrasto-me ao longo do dia, de casa para o trabalho para casa novamente, até à hora de dormir, como um zombie que não responde ao que se passa à volta. Ando adormecida, entorpecida, dormente. Não consigo fazer nada, nem dar resposta às perguntas que me fazem, nem pensar, nem raciocinar, nem… Preciso de parar, ficar só, vegetar um bocadinho, só um bocadinho, em frente ao ecrã do computador, no sofá, na cama, em qualquer sítio menos aqui. Preciso de sair daqui. Depressa.

18 de maio de 2010

Ainda o vulcão



Copiado descaradamente daqui.

Just forget the world

17 de maio de 2010

Isto antigamente não era uma corneta?

Deve ser segunda-feira...

Há por aí uma gentinha simplesmente insuportável. Que tem a mania de mandar palpites sobre tudo e mais alguma coisa, sem saber sequer do que se está a falar. Que gosta de se imiscuir nos assuntos dos outros e ainda fica ofendida quando lhe respondem de forma mais azeda. Que é picuinhas ao ponto de perder tempo com coisas supérfluas quando o tempo escasseia e o prazo final se aproxima a passos largos. Que ainda por cima não o faz só no seu tempo, mas precisa de companhia e portanto decide chatear meio mundo com as suas perguntas inúteis e fazer todos os que a rodeiam perderem também o seu precioso tempo. Que além do mais tem a mania que é polícia e gosta de controlar tudo o que os outros fazem, mesmo, ou principalmente, se não lhe disser respeito.

Não haverá maneira de enfiar esta gente numa nave espacial e enviá-la para a lua, só com bilhete de ida?
.

Para começar bem o dia

Nada melhor do que ouvir logo pela manhã:
- És linda, amo-te tanto!

Dia Internacional contra a homofobia

Pelo direito à igualdade e à diferença. Pela igualdade de direitos. Porque todos nascemos iguais. Porque cada um tem o direito a ser como é e a viver a sua vida como quer, sem discriminações de qualquer tipo.


16 de maio de 2010

Wish I was there

15 de maio de 2010

Sonos trocados

Ao fim-de-semana acordo de madrugada e não consigo voltar a adormecer. Dou voltas e mais voltas na cama, penso em tudo e em nada, aninho-me, enrosco-me, afasto-me, sinto frio, tenho calor... Mas por mais que tente, não durmo. Acabo por me levantar mais cedo do que devia e andar às voltas pela casa, sem nada que fazer. É demasiado cedo. E frustrante, pensar que nos dias em que poderia descansar um bocadinho mais acabo por me levantar mais cedo do que quando tenho de ir trabalhar.
Claro que durante o dia em qualquer ocasião adormeço. No carro (se não for a conduzir, claro!), no sofá, ao computador... em frente à televisão, então, é certinho! Nem as aventuras mirabolantes do Jack Bauer, esse grande herói americano dos tempos modernos que aguenta 24 horas sem comer nem ir à casa-de-banho, me conseguem manter desperta.
Tenho a sensação de estar a viver ao contrário: ando o dia todo meio adormecida e acordo assim que chego à cama. Leio para chamar o sono, que responde até bem depressa, mas assim que largo o livro - chapéu! Desperto e é o cabo dos trabalhos para voltar a dormir. Ou seja, feitas bem as contas, devo andar a dormir umas 4 ou 5 horitas por noite - o que para mim é muito pouco.
Hoje vou tentar deitar-me mais tarde, para ver se não acordo tão cedo. É que isto tem de mudar, de preferência antes de ir trabalhar na próxima segunda-feira, não vá o chefe encontrar-me a dormir na secretária...

14 de maio de 2010

Regresso à normalidade

Agora que o Papa já foi embora, que o campeonato de futebol já acabou, que o vulcão islandês parece estar a adormecer de novo e que finalmente o governo anunciou a subida de impostos que se esperava, será que podemos voltar à normalidade? Já chega de tanta festa, sinto falta dos protestos...

Nonsense? Não, é a realidade.

- Vou-me deitar.
- Desligaste o computador?
- Não, disseste que ainda tinhas de ir dar de comer ao cão.

13 de maio de 2010

Olho para o negócio

Num país que já está na falência, há que aproveitar todas as oportunidades para ganhar uns trocos. Se a natureza lhes deu um vulcão, pois que vendam as cinzas. Se ao menos se conseguisse empacotar o sol português...

Como tratar as mulheres

Uma dica para os homens: em qualquer discussão, as mulheres têm sempre razão.

Zits: Paixão e Outros Usos para Hormonas em Excesso

11 de maio de 2010

Preciso do teu abraço

Abraça-me. Como da primeira vez, como se fosse a última vez.
Aperta-me com força, tira-me o fôlego, não me deixes respirar.
Preciso do teu abraço. Gosto do teu abraço. De me aninhar nos teus braços. De sentir o teu corpo junto ao meu. O teu coração a bater em sintonia com o meu. A tua respiração no meu ouvido.
Não fales, não digas nada, não faças nada.
Abraça-me, só.

10 de maio de 2010

Eyjafjacoiso

É inevitável. Vou mesmo ter de falar do vulcão islandês que decidiu atrapalhar a vida ao resto do mundo. Quanto mais não seja, por ter um nome impronunciável por quem não tenha problemas de fala. É que desta vez está a afectar-nos directamente, e isso não se faz!

Mas comecemos por falar da Islândia. Alguém sabe onde fica? Como é? O que a torna famosa? Pois bem, fica algures no norte, é um país pequeno e gelado, tem uns míseros 320 000 habitantes e, até agora, era praticamente tudo o que o comum dos mortais sabia sobre o país. Isso, e que há por lá uma cantora chamada Björk. Ponto final.

De repente, sem mais nem menos, começamos a ouvir falar da Islândia praticamente todos os dias. Primeiro foi a crise e a bancarrota nacional, e agora é o bom do vulcão. Ora, vulcões também nós temos e não são poucos! E não andam por aí a chatear ninguém.

Cá para mim esta história é uma estratégia de marketing muito bem montada. Haverá melhor maneira de tornar um país conhecido do que perturbar o mundo inteiro? Qual Allgarve, qual quê! Portugal precisa é de fazer umas fogueiritas nos vulcões dos Açores e da Madeira, lançar muito fumo para a atmosfera, e vão ver como deixam logo de nos confundir com Espanha.

Como alguém dizia ainda há pouco ali no café: estes islandeses são como os piolhos: pequeninos, mas chatos!

This bed is on fire

Hoje lembrei-me de uma música que não ouvia há muito tempo, depois de ler uma notícia que diz que estes senhores voltam a Portugal este ano. Para começar bem a semana.

9 de maio de 2010

Eu não queria falar de futebol

Mas obrigaram-me.
Para que conste, não gosto de futebol. Acho uma certa piada à selecção nacional, principalmente no tempo em que o Figo jogava (sou fã, confesso). E o meu interesse fica por aí. De resto, sou "adepta" do Sporting. Assim, entre aspas, porque a verdade verdadinha é que me estou completamente nas tintas para o que acontece no campeonato, na taça ou noutra competição qualquer. E jogadores conheço dois ou três, de tanto ouvir falar na comunicação social.
Só que de repente não se fala em mais nada. Parece que o Benfica foi campeão e parece que não acontecia há uns anos. Pronto, parabéns. E então? Os problemas do país acabaram, já não há crise nem desemprego, o vulcão islandês já nos deixa voar novamente?
Pelo que percebi nos dois minutos em que olhei para a televisão, parece que os jornalistas continuam a fazer perguntas, reportagens e comentários idiotas, parece que o povo saiu à rua para festejar e parece que continua a fazê-lo das formas mais incríveis, incluindo com crianças pequenas ao colo no meio da multidão. E parece que "festejar" significa ainda estar enfiado num carro, a buzinar no meio do trânsito. Olha, também eu "festejo" todos os dias a caminho do trabalho...
Haja pachorra!

8 de maio de 2010

Sonhos de sol e de mar

Durante as duas semanas de férias em Abril, aproveitei para dar grandes passeios pela costa portuguesa. Quis ver o mar e a praia, sentir no rosto os (poucos) raios de sol que me vão sustentar até ao Verão.

Comecei pela Costa da Caparica e reconheço que, estando muito diferente do que era há 20 anos, está também mais bonita. As obras podem incomodar muito enquanto duram, mas o resultado final compensa.

Costa da Caparica

Outro dia fui até Setúbal e fiz toda a costa da Arrábida até chegar a Sesimbra. Não vou sequer falar da aberração de existir uma cimenteira no meio de um parque natural. (Pronto, falei...) E o facto de me ter enganado no caminho para Sesimbra porque as setas com a direcção tinham sofrido um acidente e estavam a apontar para o lado oposto até tornou a viagem mais divertida... 

A primeira paragem foi a praia da Figueirinha, onde aproveitei para sentir nos pés a areia e o mar.

Figueirinha

A paragem seguinte, no Portinho da Arrábida, praia de que sempre gostei muito, foi uma desilusão. Para começar, a praia é praticamente inexistente. Não sei o que ali fizeram, mas apenas se conseguem ver rochas caídas no mar, areia quase nenhuma, e a partir de certo ponto é até perigoso avançar. Pelo menos, tiveram o bom senso de colocar sinais de aviso.

Portinho da Arrábida

Finalmente cheguei a Sesimbra, onde tinha estado pela última vez há uns 4 anos, talvez. É um dos meus locais preferidos, assim relativamente perto de Lisboa. Gosto da vila, da praia, do ambiente. Só não gosto da água gelada do mar, da confusão de trânsito no Verão e da falta de estacionamentos. Pensava eu que era só no Verão, porque mesmo em Abril foi grande a dificuldade para encontrar um lugarzinho para o carro. Mas valeu a pena. Infelizmente, o tempo estava a mudar e o sol já estava bem escondido por esta altura.

Sesimbra

Sesimbra

Cascais. Ainda mais perto de Lisboa, não dispenso um passeio pela vila praticamente todas as semanas. É o chamado "passeio dos tristes", mas paciência. Ver o mar, a baía, comer o melhor gelado do mundo no Santini... Que mais se pode querer? De seguida, um pulinho até à Boca do Inferno onde o mar mostra como pode ser violento, especialmente no Inverno.

Cascais

Boca do Inferno, Cascais

E continuar até ao Guincho, apesar do vento sempre forte e da areia na estrada.

Guincho

Guincho

Finalmente, no fim-de-semana seguinte, Ericeira e Ribeira d'Ilhas. Mais umas praias bonitas, apesar de frias.

Ericeira

Ribeira d'Ilhas

Ribeira d'Ilhas

Estando fora, a milhares de quilómetros de distância, faz-me falta ver estas paisagens. Sentir o sol na pele, o cheiro do mar, o vento no cabelo. É bem verdade que só damos valor ao que temos depois de o perdermos. Antes de sair de Portugal, tudo isto estava a menos de uma hora de distância. A qualquer momento podia agarrar no carro e ir até lá. Agora não, por isso estes passeios são bem mais preciosos.

7 de maio de 2010

Eu pensava que era teimosa...

...Mas parece que o governo consegue ser ainda mais:

Contrato do TGV é assinado no sábado

Cá está!

Para que não restem dúvidas, aqui fica o meu outro carro: o tal Porsche cor-de-rosa. Descapotável e tudo, agora que o Verão se aproxima. Voltei a vê-lo, desta vez num estacionamento, e não resisti a fotografá-lo.


6 de maio de 2010

Ofereço-te uma rosa

Uma música italiana com um poema lindo, ainda que um pouco deprimente. Vale a pena ouvir e ler.
Ti regalerò una rosa, de Simone Cristicchi





Ti regalerò una rosa
Una rosa rossa per dipingere ogni cosa
Una rosa per ogni tua lacrima da consolare
E una rosa per poterti amare
Ti regalerò una rosa
Una rosa bianca come fossi la mia sposa
Una rosa bianca che ti serva per dimenticare
Ogni piccolo dolore


Mi chiamo Antonio e sono matto
Sono nato nel ’54 e vivo qui da quando ero bambino
Credevo di parlare col demonio
Così mi hanno chiuso quarant’anni dentro a un manicomio
Ti scrivo questa lettera perché non so parlare
Perdona la calligrafia da prima elementare
E mi stupisco se provo ancora un’emozione
Ma la colpa è della mano che non smette di tremare


Io sono come un pianoforte con un tasto rotto
L’accordo dissonante di un’orchestra di ubriachi
E giorno e notte si assomigliano
Nella poca luce che trafigge i vetri opachi
Me la faccio ancora sotto perché ho paura
Per la società dei sani siamo sempre stati spazzatura
Puzza di piscio e segatura
Questa è malattia mentale e non esiste cura


Ti regalerò una rosa
Una rosa rossa per dipingere ogni cosa
Una rosa per ogni tua lacrima da consolare
E una rosa per poterti amare
Ti regalerò una rosa
Una rosa bianca come fossi la mia sposa
Una rosa bianca che ti serva per dimenticare
Ogni piccolo dolore


I matti sono punti di domanda senza frase
Migliaia di astronavi che non tornano alla base
Sono dei pupazzi stesi ad asciugare al sole
I matti sono apostoli di un Dio che non li vuole
Mi fabbrico la neve col polistirolo
La mia patologia è che son rimasto solo
Ora prendete un telescopio… misurate le distanze
E guardate tra me e voi… chi è più pericoloso?


Dentro ai padiglioni ci amavamo di nascosto
Ritagliando un angolo che fosse solo il nostro
Ricordo i pochi istanti in cui ci sentivamo vivi
Non come le cartelle cliniche stipate negli archivi
Dei miei ricordi sarai l’ultimo a sfumare
Eri come un angelo legato ad un termosifone
Nonostante tutto io ti aspetto ancora
E se chiudo gli occhi sento la tua mano che mi sfiora


Ti regalerò una rosa
Una rosa rossa per dipingere ogni cosa
Una rosa per ogni tua lacrima da consolare
E una rosa per poterti amare
Ti regalerò una rosa
Una rosa bianca come fossi la mia sposa
Una rosa bianca che ti serva per dimenticare
Ogni piccolo dolore


Mi chiamo Antonio e sto sul tetto
Cara Margherita sono vent’anni che ti aspetto
I matti siamo noi quando nessuno ci capisce
Quando pure il tuo migliore amico ti tradisce
Ti lascio questa lettera, adesso devo andare
Perdona la calligrafia da prima elementare
E ti stupisci che io provi ancora un’emozione?
Sorprenditi di nuovo perché Antonio sa volare.

Banda sonora para hoje

Há dias assim

A paciência não é uma das minhas virtudes. Nunca foi e com a idade tem ficado pior. Nunca gostei de esperar por ninguém nem de ter de me explicar duas, três, quatro vezes até que a outra pessoa perceba. Por isso mesmo, nunca coloquei sequer a hipótese de ser professora “quando fosse grande”. Só a ideia de aturar um bando de adolescentes com as hormonas aos saltos e a capacidade de concentração de um peixe deixa-me logo os nervos em franja.

Mas há uns dias piores do que outros. Dias em que não tenho paciência para nada nem para ninguém. Não quero que me falem, que me dirijam palavra, não quero sequer ouvir as pessoas a falarem entre si. Quero que me deixem sozinha. Não me venham interromper os pensamentos, os devaneios e as telenovelas que se desenrolam só na minha cabeça. Não me convidem para tomar um café, para almoçar ou para passear. Deixem-me. Não vos quero ver. E já nem vos posso ouvir!

Há dias assim, um bocadinho deprimentes. Sem motivo. Sem razão nenhuma. Apenas porque acordei assim. Apenas porque está de chuva, ou o sol não brilha, ou… Apenas porque sim.

Amanhã será outro dia.

5 de maio de 2010

Liberdade de imprensa

Aqui está, para tirar as dúvidas a quem ainda as tinha. Existe realmente liberdade de imprensa, desde que se façam as perguntas a que o entrevistado quer responder. Se começar a ser demasiado incómodo, "confiscam-se" os gravadores. Mas foi descuidado e deixou a câmara de filmar. Cá para mim, o acto irreflectido foi esse - se Ricardo Rodrigues tivesse pensado um bocadinho mais, tinha levado a câmara, o bloco de notas e até os cérebros dos jornalistas, só por via das dúvidas.

Ericeira, Abril de 2010


Outro sítio onde não ia há alguns anos. Gosto muito da Ericeira, mas tive a sensação de estar numa cidade-fantasma. A um sábado, à hora de almoço, quase não se via gente na rua. Até os restaurantes estavam vazios. É certo que estava frio e o Verão ainda vem longe, mas mesmo assim. Onde andam as pessoas? Provavelmente, encafuadas num qualquer centro comercial. É pena.

4 de maio de 2010

E o mundo todo lá fora...




3 de maio de 2010

Refúgio

Em Lisboa ainda é possível encontrar espaços assim. Bem no coração da cidade, mas afastado da confusão. Aqui, os únicos sons são a água que corre, o vento nas árvores e as conversas sussurradas entre pares de namorados que para aqui continuam a vir. É bom ver que a tradição ainda é o que era.

São os Jardins da Gulbenkian, um dos meus espaços preferidos e onde, infelizmente, não ia há muitos anos.






Outra vez?

Vulcão islandês está a libertar novas nuvens de cinzas - TSF

Já chega! Da primeira vez, quase me estragava o regresso de férias. Quer dizer, vendo bem a coisa, até teria sido uma boa ideia...

Vamos lá ver se conseguem adormecer a criança antes de a outra acordar. É que daqui a pouco são as férias de Verão e não me apetece mesmo nada ter de ir de carro até Lisboa.

1 de maio de 2010

O meu outro carro é um Porsche cor-de-rosa

Eu não percebo patavina de automóveis. A sério. Não me falem em potências, cilindradas, motores e companhia porque é o mesmo que me falarem em chinês. Para mim, desde que ande e não me dê problemas, o carrito está óptimo. Até pode ter 15 ou 20 anos, que não me aflige mesmo nada. Mas há coisas que me intrigam.


Por exemplo, esta moda (sim, deve ser uma moda) de ter carros em cores… diferentes, digamos. Começaram por ser os carros mais pequenos, como o Twingo, o Mini ou o C3, a aparecer com cores berrantes. Mas, de repente, a epidemia alastrou a todos os outros modelos e marcas. Amarelos, é aos magotes. Verde-alface, cor-de-laranja, azul-cueca, dourado nas suas mais variadas tonalidades... Que raio aconteceu ao preto, vermelho, azul-escuro, verde-escuro, cinzento metalizado…? Já não se usam? Se calhar, só se fabricam por encomenda especial... A última aberração destas que vi passar ao meu lado na estrada foi mesmo um Porsche cor-de-rosa - logo seguido por outro em cor-de-laranja. Por acaso, são duas cores de que gosto muito, mas não numa viatura automóvel.

Pergunto eu, que sou ingénua e, repito, não percebo nada de carros: quem é o cromo que está disposto a gastar num carro mais do que muito boa gente pode gastar numa casa e escolhe uma cor destas? Se alguém souber, que me esclareça, por favor…

Ouvido ontem no rádio

- O homem borrifou-se de combustível e incendiou-se em seguida.

Ainda bem que foram só uns borrifos, caso contrário a coisa podia ter sido grave!